25/04/2012 14:05

ANÁLISE SINTÁTICA DE UM TEXTO:

 

    As Rosas Não Falam

    (Letra e música de Cartola)

    1. Bate outra vez

    2. Com esperanças o meu coração

    3. Pois já vai terminando o verão

    4. Enfim

    5. Volto ao jardim

    6. Com a certeza que devo chorar

    7. Pois bem sei que não queres voltar

    8. Para mim

    9. Queixo-me às rosas

    10. Mas que bobagem

    11. As rosas não falam

    12. Simplesmente as rosas exalam

    13. O perfume que roubam de ti, ai
    14. Devias vir
    15. Para ver os meus olhos tristonhos
    16. E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
    17. Por fim.
 
 
    ANÁLISE:
 

    Logo nos dois primeiros versos, temos o sujeito em posição invertida e seu  predicado verbo-nominal(uma ação e um estado): "Bate outra vez/ com esperanças o meu coração". Na posição direta seria: O meu coração bate com esperanças outra vez.

    

  •     Em que "O meu coração" é sujeito simples, pois só possui um núcleo►coração.

        O verbo é "bate"; seu complemento é "com esperanças outra vez", ou seja, esperançoso; novamente. "com esperanças"► locução adjetiva. "outra vez" equivale a um advérbio, tem valor de advérbio de modo.

 

  •     No verso 3: "Pois já vai terminando o verão", temos aí uma oração subordinada adverbial causal (exprimindo relação de causa, motivo), porque completa o sentido da oração principal "Bate outra vez com esperanças o meu coração..." além da conjunção (pois) poder ser substituída por "Como já vai terminando o verão..."

 

  •     Nos versos 4 e 5: "Enfim / Volto ao jardim"► a expressão "enfim" é um advérbio, pois está relacionada ao verbo (volto), que quer dizer (em suma, finalmente). Logo, tem-se uma oração (formada por verbo) adverbial final. Já que encerra o fim de uma expectativa, por exemplo.

 

  •     No verso 6: "Com a certeza que devo chorar"► predicado verbal do sujeito oculto (Volto ao jardim), possível de ser identificado pela desinência ou terminação do verbo "volto" (eu).

 

  •     No verso 7, temos uma oração subordinada adverbial causal também. Exprime uma causa e vem acompanhada de uma conjunção integrante (que), esta podendo ser substituída pela conjunção (já que).

    

  •     No verso 8 "Queixo-me às rosas", esse (a) é craseado porque a regência do verbo queixar exige preposição quando fazemos a pergunta: (Queixo-me a quem / de quê?).

    

  •     No verso 9 há uma contradição relacionada à afirmação anterior, no qual é representada pela conjunção (mas).

 

  •     Nos versos 11 e 12 a expressão "as rosas" possui nas duas vezes em que aparece a mesma função sintática, a de sujeito simples.

 

  •     No verso 13: "O perfume que roubam de ti"►temos um predicado verbal, formado por um verbo transitivo direto e indireto (acompanhado dos objetos direto e indireto). Pois quem rouba alguma coisa, rouba algo de alguém

 

  •     Nos versos 14 e 15: "devias vir / para ver os meus olhos tristonhos"►Note como a oração principal"devias vir" é completada pela subordinada reduzida de infinitivo (Para ver...)  porque o verbo aparece sem uma conjunção integrante e nem pronome relativo, apenas na forma nominal (infinitivo - terminação er). Transformando a 2ª oração subordinada reduzida de infinitivo em uma oração subordinda adverbial final, ficaria assim: "Devias vir para que visses os meus olhos tristonhos".

 

    Textos são ótimos exercícios para estudarmos a língua portuguesa, de acordo com a norma culta, desmembrando seus elementos, e compreendendo como são estruturados, como as frases são dispostas, a relação lógica que se estabelecem entre elas.

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