02/06/2012 14:47

LITERATUITANDO...

    Neste texto, vou abordar sintetizadamente as principais escolas literárias brasileiras, cujo conhecimento sobre elas é muito exigido em provas de vestibular.

    Antes de compreender cada escola literária, é necessário saber o que isso significa. Literatura, como você já deve ter alguma noção é toda e qualquer manifestação artística, ou seja, de criação, cujo objetivo principal é recriar a realidade (representação) de acordo com a visão do artista, do criador da obra literária. Logo, a escola literária de cada período da história possui aspectos próprios, peculiaridades, tanto no que diz respeito à estética quanto ao conteúdo (teor). A estética de cada escola literária está ligada à forma com que as palavras, a obra é apresentada pelo seu autor ou criador. Já o conteúdo se baseia na maneira de pensar, nas ideias, nos sentimentos do autor ou criador diante da realidade, do mundo em que vive.

    A primeira escola literária surgida na antiguidade, lá na Grécia e Roma antigas, no século V a.C foi o Classicismo, que primava pelo materialismo, pela preocupação com o corpo, em que muitos dos artistas da época trabalhavam com o nú artístico por ser elemento de apreciação. O interessante é que até hoje as revistas como Playboy, por exemplo, vendem muito. E na escola clássica, o objeto de análise, de estudo dos autores literários era o homem, com sua razão mais predominante que a emoção. E era na mitologia grega e romana que os mais inspirados buscavam ideias e comparações para comporem suas obras. E essa escola teve muitas influências aqui no Brasil. Já que foi no século XVI que se contemplou a fama, tudo que era visível e palpável, havendo uma sobreposição da vida terrena à vida eterna. Surgindo então, o Renascimento, influenciado pelo Classiscismo.

    Depois, veio o Barroco (séc.XVII), em que o materialismo foi substituído pela fé, pelo misticimo. E não era mais o homem o centro das conversas, o motivo de inspiração para os artistas, mas sim Deus. Logo, o indivíduo desse período desejava a espiritualidade, a salvação eterna por seus pecados antes admitidos na era clássica. Os autores liam os textos herméticos, onde se evidenciavam as palavras sagradas para representar com exatidão a realidade.

    Em seguida, o Arcadismo (séc. XVIII) retomou a era clássica no sentido de haver a presença de temas pagãos, da mitologia e da razão.

    Na primeira metade do século XIX, o Romantismo, ainda que influenciado pela cultura medieval, democratizava a arte que era feita a partir do povo e para o povo. Porém, os temas cristãos ainda reinavam, só que a razão deu lugar par o sentimentalismo, o irracionalismo, e a preocupação constante não era mais com o futuro ou com o presente, retratava-se o passado. Tanto que os textos transmitiam melancolia, saudosismo, e universos individuais, e não mais o coletivo. A arte no Romantismo era tida como possibilidade de evasão (fuga) para a angústia e os problemas que afligiam o homem nessa época.

    Com o Realismo (2ª metade do séc. XIX) deixou-se de se aprofundar em temas religiosos, nos sentimentos, no passado, e passou-se a enxergar o mundo como ele era, "sem tirar nem pôr", como dizem por aí. Os artistas queriam mesmo é retratar a realidade sem "maquiagem", analisando, com base na ciência, o cotidiano das pessoas. Portanto, para construir personagens, obras artísticas, os autores atentavam para a observação da atualidade, documentando-a de forma fiel à realidade com que ela se apresentava. A subjetividade tão massiva nos textos e trabalhos românticos dava lugar a objetividade impessoal.   

    O Parnasianismo pode até ser coniderado o tipo de poesia praticada pelos realistas da época, pois todo poeta descrevia com rigor formal (não havia liberdade como no Romantismo - versos livres), com exuberância, beleza nas palavras, em que o soneto era o gênero mais utilizado, e o autor escrevia com um afastamento diante das dores do mundo.

    O Naturalismo - corrente do Realismo - os artistas também se baseiavam na observação da realidade, porém, esta era realizada através de experimentos científicos, onde se procurava explicar os fenômenos humanos, o comportamento do homem pela ciência.

    No fim do século XIX e início do XX surgiu o Simbolismo que se voltou novamente para o interior de seu objeto de análise, em que o sonho permeava os motivos das criações literárias da época. Ainda havia a presença de algum tipo de rigor formal, porque as rimas eram muito bem elaboradas, dando certa musicalidade ao poema, por exemplo. Os temas, principalmente, dos poemas, gênero preferido dos artistas do período simbolista, transmitiam sensações diversas ao leitor, levando este a um misto de interpretações. Havia muita sugestão nas obras simbolistas, onde a emoção era predominante. 

    E, no início do século XX e metade deste mesmo século, o Modernismo tomou conta da arte da época. Surgido timidamente com a Semana de Arte Moderna em 1929, na cidade de São Paulo, e com influências artísticas da Europa, mas já dando ideia do que viria causar em termos de formas e conteúdos, transformando a realidade e a visão desta, sendo encarado como a contravenção existente (O Simbolismo e Romantismo predominantes). Os artistas modernistas faziam uma poesia irreverente, mudando a forma com que era apresentada em seus textos, mudando o ritmo, baseando-se nos movimentos de vanguarda, como o Dadaísmo, o Futurismo, o Surrealismo... Rompendo com o passado, com a ideia de que o homem era o centro do universo e motivo de inspiração constante, muito menos as coisas do céu. E, atualmente, é mais e mais diversificado, com livre expressão e ideologias realistas, enfatizando assuntos do dia a dia, da sociedade mediada pelas tecnologias e pela globalização.

 

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